Terra da Paz no País do Futebol

Não teve Terra da Paz, ontem, no País do futebol.
A Escola fechou. No portão, como aviso, um cartaz feito à mão:
A ESCOLA ESTARÁ FECHADA HOJE A PARTIR DAS 14:00.
Pra quem foi buscar a Terra da Paz, só um obstáculo...
Também não teve PAZ, neste sábado, na terra do futebol, apesar do silêncio que reinou.
O País parou pra teleguerra contra a França em plagas germânicas, no caminho do hexasonho,
Mas, de novo o pesadelo renitente: alguém, (a França, Zidane), rouba a cena, o drible, o futebol/arte.
Em campo, a seleção dos megasalários, da superxposição midiática, da supervalorização material de talentos imateriais não encontrou motivação maior que ajeitar a meia,
Enquanto o adversário goleia...
O Brasil perdeu.
A Escola perdeu.
O Terra da Paz perdeu.
O que fazer com esta sensação de perda?
Como recuperar o ânimo, como nos entregar de novo ao sonho sem medo do pesadelo.
Como refazer a trajetória depois do impacto no obstáculo?
O país do futebol tem paz para aprender com a dor da perda.
Aprender que o futebol arte imita a vida e que ela tem dia de ganho e dia de perda.
Aprender com o futebol, que sem motivação, ou motivado apenas pelo lucro imediato, do ganho fácil da exposição da mídia não faz campeão. Campeão se forja na vontade férrea de quem não tira os olhos do objetivo e por isso nem vê o obstáculo, que de outra forma, se interpõe à meta defendida pelo goleiro que joga na seleção...mas eu não sou Pelé nem nada...disse, um dia o poeta.
Ontem não teve atividade no Terra da Paz.Mas nós que fazemos o Terra da Paz temos a certeza que na próxima semana, lá vai estar todo mundo que sabe que moldando o barro, aprendemos a moldar a nós mesmos. Que ao fazermos um mosaico, aprendemos a juntar nossos caquinhos para transformar a louça quebrada numa nova obra de arte E para aprender que desenhando e pintando painéis, nos vamos poder afirmar publicamente nossos sonhos e manifestar nossos sentimentos, pensamentos e ações.
E que esta expressão é - mesmo que na guerra - com, pela e para a PAZ.