Terra da Paz: a arte da responsabilidade social. E a Educação para PAZ

Esse trabalho de responsabilidade social criado pelo atelier Odilon Cavalcanti & ORM, através do projeto: Oficinas Terra da PAZ, objetiva a educação para PAZ através da arte . Veremos textos de trabalhadores desta arte que se responsabiliza por milhares de pessoas melhorando sua qualidade de vida, acrescida do plus criativo da arte,exposições,foruns. Enfim, arte e responsabilidade social andando de mãos dadas. Participe conosco. Vamos fazer a PAZ com nossas mãos.

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Location: Mairiporã Serra da Cantareira, São Paulo, Brazil

Apoiada pelo Instituto Foco/Ecofotografias para o qual trabalho lanço este blog que tem como objetivo divulgar arte e cultura com qualidade e sobretudo autoralidade sensivel. Sou uma mulher de 60 anos, absolutamente apaixonada pela Natureza, pela Arte e pela fotografia, meu trabalho há 15 anos. Estou sempre começando e registrando. sempre. Vendo e fazendo. E esses milhares de afazeres passam, às vezes com um toque meu, às vezes sem ele mas sempre dando um Viva à TRANSFORMAÇÃO.Agora reverenciando-me perante a sensibilidade que encontro tanto das pessoas qto do Natural.

Tuesday, April 25, 2006

Palestra de Paula Hollanda. O futuro exige refleção e ética.


Palestra - dia 19/04/2006 de Paula Hollanda
arte educadora e artista plástica Presidente da ong OASIS

Pensei em falar sobre caminhos... Queria ouvir, ler imagens junto... Acompanhar os processos, ser transpassada por eles... Caminhar... ...para... ...a própria humanidade.
Selecionei como eixo-norteador do encontro os “links”(canais significativos de conexão) . Acredito que este tema vivenciado, percebido, “linkado” promova dois princípios gerenciadores das transformações necessárias individuais e sociais:
1. O resgatar a humanidade (através do desenvolvimento integrado das potencialidades, do sentimento de pertença e da realização através da ação coletiva); e
2. A reinvenção (continuada) do real (que envolve a criatividade, o estar presente, a criação de caminhos, as extensões do eu, etc.).

O encontro se definiu em três momentos...
1. Como primeiro momento, propus um exercício prático, com a utilização de duas folhas de sulfite brancas e dois quadradinhos pretos, um desafio aparentemente simples: as pessoas que escolhessem participar, iriam colar cada quadradinho em um sulfite de maneira a dizer com um deles: LEVE, e com o outro: PESADO.
Os resultados foram fixados na lousa, para leitura no diálogo final. Neste momento os participantes estavam presentes.
2. O momento intermediário, sensibilizador: a projeção do vídeo: “A Ilha das Flores”, que é um universo de conexões humanizadoras, que agrega e estende múltiplos canais... Aqui houve a conexão e surgiu no ambiente um sentimento de “irmandade”, essencial como portal para o próximo momento...

3. O diálogo! Todos presentes, interligados, compartilhando a sua humanidade! Retomamos o exercício inicial. O encontro ficou redondo. A atenção perpassou pontos significativos da atividade: a “escolha” que fizeram a todo momento (desde a primeira – a participação ou não)... A percepção sobre nossa bússola interna, norteadora de caminhos... As possibilidades da linguagem artística, própria do humano, que todos compartilham... Os links significativos... O insight: “reconectar-se a si mesmo se dá a partir de um “plugar-se” coletivamente”... Odilon e Malu contribuíram significativamente neste processo de extensão do ser individual e coletivo...

Adoro quando o último momento termina em sementes!!!
Sentimento: gratidão.
Ao redor, os caminhos...

Paula Hollanda


Poucas vezes eu vi uma platéia mudar tanto durante uma palestra como a da Paula Hollanda, a Presidente da OASIS, na última quarta-feira, na Escola Parceira no Laboratório 1 da Oficina cerâmica Terra da Paz.

Foram duas palestras consecutivas: uma com as classes de 2º ano e a outra reunindo os 3º s anos. Paula escolheu a estratégia de convidar quem quisesse participar para um exercício de linguagem plástica visual: sobre dois papeis recortados em branco, ela convidou a colar dois quadrados pretos. Pedindo que com um expressassem a idéia de “pesado” e no outro, a idéia de “leve”.

Poucos levantaram a mão querendo os papéis para a colagem.Timidez? Apatia? Insegurança?

No processo de um passar os papéis para o outro foram, como que por contágio, multiplicando-se os interessados em participar e logo mais de um terço da turma estava entretida no exercício proposto.

Recolhemos todos eles, tomando cuidado para mantê-los nos grupos certos, pesados com pesados e leves com leves e nas posições certas, horizontal, vertical, etc.
Colamos, eu e Malou na lousa, segundo orientação da Paula, os dois grupos de “respostas” enquanto ela falava um pouco sobre o vídeo que iria apresentar em seguida.
Ilha das Flores.

Recomendo: qualquer pessoa pode acessar o vídeo no site http://www.portacurtas.com.br/
É uma obra prima do Jorge Furtado que não só marcou sua obra como o lampejo do nascimento de muita consciência crítica de muita gente boa dos anos setenta pra cá.

É, em resumo a história de um tomate e seus resíduos, que depois de servir de molho acaba no maior lixão da zona urbana de Porto Alegre e, quando não é aproveitado para alimentar os porcos, alimenta famílias famintas da região.

Paula usou essa obra sutil como um murro no estômago e acordou a moçada falando de como este filme mostrava os “links”, as conexões, as ligações que todos nós seres humanos temos uns com os outros, estabelecidas pelas nossas ações, nossas emoções e nossos sentimentos.

Paula falou de como a arte permeia tudo isso e como é importante acordar e estar presente conscientemente na vida. De como não adianta fingir que o outro não está lá, porque os links, não deixam.

Tenho certeza que a “ficha” caiu para muita gente nesta palestra.

Malou contextualizou como o Terra da Paz está procurando criar um espaço para que eles, os jovens, possam refletir sobre o mundo e recriar este mundo a partir deles mesmos. De como o fundamental é que eles possam ser eles mesmos, cada um único e especial.

A palestra seguinte nos reservava uma surpresa: ao contrário do que prevíramos, os terceiros anos reunidos depois de uma prova já marcada para aquele dia, surpreendeu pela apatia, quase nenhum interesse, irritação... E a professora que acompanhava a turma nos informou que, ainda por cima, teríamos que fazer um intervalo de quinze minutos logo após os jovens terem visto o filme.

Aproveitamos então o intervalo proposto para refazer nossas estratégias: a idéia era re-apresentar o filme, para ver se aqueles que visivelmente não tinham se interessado (a maioria) acabava por perceber o conteúdo do filme.

Foi um sucesso: instigados por Malou Gualberto, logo um dos jovens comentou que queria ser o dono do lixão, o que deu margem para uma discussão rica, profícuo sobre ética, política, estética, moral e razão, consumo e ecologia, etc, etc.Foi riquíssimo e Paula Hollanda conseguiu mostrar a todos, que os laços , as ligações humanas é que são as maneiras de dar e obter sentido em tudo, enfim, o que nos torna humanos.

Foi uma experiência fascinante participar dessa oportunidade educativa criada pelo Terra da Paz. Esperamos que em breve possamos realizar outras reuniões como as que estão programadas para as duas próximas semanas: a palestra do Dr.Ari, na próxima quarta que vai ser dirigida ao “Primeiro Emprego” e ainda está em confirmação e a do Dr Amim, no dia 03 de maio, dirigida à questão: “Universidade X Curso Tecnológico”.

Este programa vem preencher uma das lacunas do rol de tarefas que assumimos para estas três semanas de preparação da próxima etapa : as seis vivências de “visualização”.

OdilonCavalcanti

Um dia de palestra tem sempre sido um dia enriquecedor, mas especialmente esta onde trabalhamos com nosso emocional a flor da pele... dos tomates no video Jardim das Flores, do papel no exercício que determinação das escolhas e na discussão acolorada onde fichas cairam e descobertas fluiram nos dando a certeza confirmada pela afirmação dos participantes e paor momentos onde olhos lacrimejaram externado a emoção frente a absurdos sociais que constastamos através do vídeo, e nos remete às mudanças necessárias para um futuro melhor , mudanças estas que deverão ser feitas por estes jovens, e essa é uma das razões deste nosso trabalho.
agradeço a Paula por seu lindo trabalho. E tenho certeza que este agradecimento não é só meu.

Reunião da equipe do Guarda chuva Terra da PAZ Oazis







Terra da Paz.
É a distopia do real que nos move à utopia do virtual.
Odilon Cavalcanti


PROTAGONIZANDO A PAZ.
O laboratório de sistematização e replicagem das Oficinas Cerâmicas Terra da Paz constitui-se um elemento deflagrador de mudanças sociais a partir do protagonismo juvenil auto-sustentável com foco ideológico definido e centrado na PAZ e em suas implicações para o indivíduo e seus círculos de abrangência social: amigos, familiares, colegas, companheiros de trabalho, comunidades e instituições da qual participa, em qualquer nível. Da escola à família e à sociedade, do município ao estado e à nação e ao convívio pacífico entre todas elas, sua expressão maior.
Estamos convencidos de que a realidade social que geral a violência nas escolas, nas ruas e nas periferias das grandes cidades, cujo principal alvo é o jovem de 14 a 23 anos, faixa etária líder em óbitos através desta violência- como sabemos por todas as pesquisas- tem de ser revertida drástica, construtiva e conseqüentemente.
É com este objetivo em mira que desenvolvemos cada linha deste Projeto.
O Projeto Oficina Terra da Paz traz a inovação de ser uma proposta absolutamente radical de mudança de paradigma, de mudanças não só de valores, mas de princípios ao propor uma refundação social, utilizando tecnologia de ensino fractal fundada nos sentidos com que o ser humano percebe o mundo, para, a partir desse novo momento criativo, estabelecer uma dinâmica inclusiva onde o indivíduo possa reencontrar ele próprio e com sua família, sua comunidade, sua cidade, seu país, sua cultura, sua subsistência, sua intervenção criativa autoral única, de maneira autóctone, protagonista e empreendedora, através da matéria que é a própria essência do Planeta: a terra, de onde são extraídas as matérias primas cerâmicas.
Estamos convencidos de que devemos colocar nas mãos dos jovens, que têm a energia necessária para tanto, a construção material e espiritual desse novo paradigma solidário de sociedade, contaminando com sua alegria, sua vivacidade, sua esperança e seu idealismo a sociedade adulta que tende a se acomodar às situações cristalizadas que institucionalizam o que já está estabelecido, seguindo o curso do rio da acomodação das heranças trazidas no bojo da cultura, da tradição e da história.
É preciso despertar no espírito juvenil, uma verdadeira responsabilidade, onde ele - o jovem - finalmente possa conhecer (a ele próprio, seu semelhante e o mundo), para melhor perceber e assumir suas habilidades em responder a seus desafios, que são, por sua vez, infinitamente, maiores do que os das gerações passadas.
Estamos convencidos, também, ao longo de nossa experiência, de mais de trinta anos em comunicação e responsabilidade social, da importância da Arte como ferramenta principal deste processo. A Arte, por admitir e essencializar o convívio de tradição e ruptura, é a ferramenta fundamental desta mudança que estamos propondo, permitindo o acesso ao conhecimento necessário para que essa transformação seja alcançada de maneira agradável, lúdica: leve, veloz, exata, múltipla e conectada diretamente na fonte, fonte esta, da qual emana a verdadeira força transformadora: a busca de um mundo onde a PAZ é o caminho do entendimento, do crescimento e do desenvolvimento pessoal, sscial e universal.
Estamos convencido, ainda, de que as condições para que os jovens assumam esse papel incluem não só a conscientização de este é o papel deles como, também, a de que são capazes de exercê-lo em sua plenitude.
A contribuição inestimável de grandes educadores como Paulo Freire, com a criatividade e profundidade de seus métodos e sua pedagogia da autonomia, Jaques Delors com o alinhamento às grandes diretrizes internacionais que o relatório que leva seu nome indica e o foco em protagonismo que o Prof. Antônio Carlos Gomes da Costa trouxe à inúmeras organizações que trabalham com os jovens, tem de ser canalizada imediatamente para uma práxis onde processo e resultado finalmente se encontrem.
Onde o fruto do crescimento pessoal seja o crescimento social.
Onde a sustentabilidade de cada um seja o progresso de todos.
Onde a criação de cada um seja o prazer de todos.
Onde a invenção de futuro de PAZ seja o nosso dia-a-dia.
Pensando nisso, o Projeto Oficinas Cerâmicas Terra da Paz se propõe a ser um espaço na escola, além da escola.
Um tempo na escola, além do tempo da escola.
Um espaço e um tempo de confluência da vida e das estruturas de apoio à vida, ponto de encontro das forças vivas da sociedade que se quer sempre melhor.
Onde o conhecimento está livre e aberto às demandas e solicitações de cada um, livres de grades curriculares, de obrigações, provas, etc. É, sim, um espaço e um tempo abertos à manifestação do novo: de novas idéias, novos pensamentos, novas maneiras de fazer e viver em sociedade, um espaço/tempo onde os mundos dos adultos e dos jovens podem finalmente se encontrar para desenhar um destino diferente do que herdamos.
Um espaçotempo onde as diferenças se confrontam não mais para se anular e se combater reciprocamente, mas sim para se complementarem mutuamente, onde gênero, raça, padrões sociais, étnicos, culturais e econômicos podem ser vistos, entendidos, analisados e vivenciados de maneira a permitir que novas estruturas possam ser sintetizadas através dessas mesmas diferenças.

PAZ SUSTENTÁVEL.
Acreditamos que cada Oficina do Projeto deva produzir e viver de sua produção.
Em um primeiro momento, produzir Painéis Cerâmicos, através do aproveitamento de material industrial rejeitado pelo controle de qualidade de empresas produtoras de pedras e pisos cerâmicos. Estes materiais , que receberão, planejamento e intervenção artística dos participantes das Oficinas, serão requeimados e disponibilizados ao seu espaço de destino.
Estes Painéis cerâmicos são, há um tempo, sustento e divulgação do conceito de Paz.
Cada um deles é um produto cultural da ideologia pela PAZ, projetado no mundo real: comunicando e manifestando a arte dos jovens e de todos os envolvidos na facilitação do acesso dessa idéia, num processo onde as decisões, fazeres e saberes se articulam com objetivos específicos, estabelecendo-se entre as partes um conjunto de valores e princípios que viabilizem o cooperativismo e a solidariedade.
São estes valores e princípios que irão nortear a articulação de cada etapa do Projeto.
A iniciativa inicial principal é a de criar a harmonia de princípios que irão fundar os valores.
E o fundamental destes princípios do nosso Projeto, é, obviamente, a PAZ .
Temos que lembrar, sempre, que o “P” de PAZ só tem sentido se vivido de “A à Z”. Isto é: do indivíduo ao coletivo, do um ao múltiplo, de dentro pra fora.
Além de todo o valor imaterial que possa ser agregado, os Painéis Cerâmico do Terra da Paz agregarão, também, valor econômico à produção, valor este assentado na visibilidade a que se destinar: muros, empenas cegas e, também, valor artístico e cultural, na medida de qualidade desta visualização.
Isso possibilita uma multiplicação de recursos que serão canalizados para a sustentabilidade, não só do Projeto, como de todos os que dele participam, redistribuindo renda, unindo famílias, criando oportunidades e agregando trabalho solidário em torno de objetivos comuns, aproveitando interesses sociais dos recursos empresariais, de governos, ongs, etc.
Além de Painéis Cerâmicos, outros suportes cerâmicos como louças e porcelanas, podem e devem ser utilizados, no Terra da Paz, num segundo momento, com objetivos igualmente de gerar valor agregado e difundir marca e conceito. Uma infinidade de produtos com suportes cerâmicos cedidos por empresas parceiras do ramo podem e devem ser produzidos e comercializados, sob catálogo ou sob encomenda, de várias formas, à vários títulos, para as Instituições, empresas, etc, tais como:
Brindes
Numerações de residências
Nomes de Rua
Conjuntos de louça
Vasos
Serviços de jantar e café
Etc
Projetos especiais podem ser acrescidos a estes dois momentos já mencionados, abrindo novos caminhos para drenar a vontade da PAZ que estará sendo gerada no âmbito do Projeto.

SISTEMATIZANDO A PAZ.
Além de construir os alicerces das Oficinas, este primeiro Laboratório tem a função de estabelecer a sistematização de implantação das Oficinas para futuras replicações.
Assim, desde o estabelecimento dos paradígmas estratégicos à elaboração de modelos de planejamento de implantação e manutenção das oficinas, logísticas operacionais e eventuais desdobramentos de impacto na mídia, na geração de novas oportunidades e processos têm que ser previstos e os seus canais de manifestação devidamente abertos e delimitados, de maneira a os manter contidos no foco estabelecido, sem contudo, engessar os modelos em propostos, evitando assim, o preconcebido e a artificialidade dos discursos vazios de ação efetiva.
Lembramos que a sistematização proposta deva ser mapa e não território da PAZ.
A ação da PAZ se dará em outro território ou não se dará.
Mapas, tabelas, planos, planejamentos, metas, objetivos, missões, conquistas, equívocos, correções de rotas e o alcance da visualização de novos horizontes têm que caber nesta sistematização que como queria Mestre Eckhart, permitir o vir-à-ser, permitir o que virá de surpreendente e inovador no processo construtivo da vontade coletiva.
Essa é a essencialidade do desafio da Sistematização proposta pelo grupo empreendedor do Projeto. Essa é a essência do protagonismo: incorporar o papel principal, criar o personagem, desenhar o seu próprio futuro (desígno).
Porque não há desígno sem que nos permitamos ousar, sem que deixemos correr o risco.

A METODOLOGIA DA PAZ.
O exercício de uma educação para a PAZ, só poderá ser construído por processos de escuta das pessoas envolvidas no seu fazer: jovens protagonistas, facilitadores, educadores, voluntários, familiares dos jovens, agentes ideológicos de apoio, empresas, instituições culturais, Ongs, Governos, todos os segmentos da sociedade estabelecidos em rede, devem se posicionar e manifestar sua concepção, seus conceitos de PAZ, suas propostas para as transformações necessárias da sociedade.
O grande diferencial criativo do Terra da Paz é entender a força ideológica universal de uma bandeira transformadora comum à toda a humanidade e trazê-lo para a realidade da matéria, através do “nome da sua carne”: a terra.
A outra ponta deste diferencial criativo é a ferramenta escolhida para este aprendizado.
No Terra da Paz, a cerâmica, a arte do oleiro, um dos fundamentos civilizatórios, segundo Micea Elíade, é invocado na sua essência transformadora, como metodologia do Projeto, re-fundando, re-estruturando e re-ligando os homens entre si e em torno da mais nobre ideologia, a PAZ, ela própria capaz, por si só, de ultrapassar todas as diferenças étnicas, políticas, sociais, econômicas, culturais, religiosas e de gênero ao convocá-los para re-inventar através da arte sobre a terra, o processo de manifestação dos melhores desejos humanos e nossas melhores esperanças de PAZ.
Estamos certos de que a delicadeza necessária com o trato e o exercício criativo com a terra cerâmica e os seus desdobramentos técnicos e artísticos permitem que o exercício da PAZ possa perpassar todos os momentos de seu desenrolar no tempo e no espaço.

Esta metodologia se dará num processo cujo rítmo acontece em seis tempos:
a)escuta e percepção
b)proposta e aprovação
c)execução e logística
d)distribuição e aplicação
e)avaliação e integralização
f) planejamento e idealização

Todos os seis tempos deste ritmo deverão ser orquestrados pelos próprios jovens com auxílio de facilitadores, coordenadores, professores, voluntário, através de um processo de incentivo e cultura de emersão de lideranças juvenis.

Acreditamos que, cada um destes momentos deva estar conectado a vivências que privilegiem um sentido perceptivo, uma qualidade a ser desenvolvida, um comportamento a ser conquistado, uma ação (verbo) síntese.


TEMPO

SENTIDO
QUALIDADE
COMPORTAMENTO
AÇÂO
a)escuta
Audição
disponibilidade
solidariedade
Eu escuto
b)proposta e aprovação
Visão
decisão
articulação
Eu crio
c)execução e logística

Tato
produtividade
cooperação e trabalho
em equipe
Eu faço
d)distribuição e aplicação
Olfato
sensibilidade
compreensão das
questões sociais
Eu inspiro
e)avaliação e integralização
Gustação
sabedoria
empreendedorismo
Eu sei
f) planejamento e idealização
Intuição
consciência
protagonismo
Eu sou

Esta grade deve estar plasmada como um fractal no processo educativo das oficinas e nas oportunidades educativas de formação continuada para a equipe de administradores, educadores e voluntários que desenvolverão o Projeto.
Assim, o processo de sustentabilidade se auto-construirá no caminho da busca do desenvolvimento humano através da Educação para a PAZ por uma metodologia que, sem engessar suas possibilidades de desdobramento, mantém, ao se propor espelho deste desenvolvimento através da semelhança da manifestação do humano em cada um de seus participantes.

Monday, April 10, 2006

relatório 8/04/2006 Estamos aqui porque aprendemos.


Depois de trabalharmos os 6 sentidos de percepção em função de si mesmo(4ª aula: o auto-retrato) e do outro (5ª aula: o retrato do colega), nesta semana trabalhamos a percepção de mundo(6ª aula) a paisagem. Cada jovem trabalhou com um conjunto de peças cerâmicas(azulejos) o espaço de uma paisagem imaginária.
Odilon Cavalcanti instigou a reflexão de todos sobre a fonte de informação destas Paisagens “São paisagens do mundo exterior ou do mundo interior de vs que estão sendo pintadas sobre estes azulejos?”-perguntou ele. As respostas ficaram por conta e risco de cada um. O mundo que introjetamos é o mundo exterior ao ser ou apenas um reflexo de nós mesmos? Muitos marcaram a palavra PAZ em suas pinturas, agregando, às suas paisagens, a explicitação de um desejo que une os nossos fazeres e a construção de nosso itinerário formativo.
Com esta oportunidade educativo cujo resultado estas fotos são testemunhas o mais eloqüentes possíveis chegamos ao fim das seis semanas de anamnese do Projeto. Como prevíamos, fechamos este ciclo da audição com resultados que excederam em muito as expectativas e teremos pela frente um recesso programático de três semanas de feriados emendados sem atividades nas Oficinas. Tempo suficiente e bastante para centramos nossas atividades na complementação de nosso planejamento, agora calcados no exercício de uma práxis que inclui coordenadores, gestores, apoiadores e facilitadores, de maneira a que, ao retormarmos às atividades no quarto sábado vindouro, no dia 06 de maio, possamos estar mais preparados ainda para as seis semanas de fruição da visualização. Nestas próximas seis semanas o Projeto deverá tomar forma, ser visualizado por todos e seu desenho, seu design, e seu deesígno ficarem claros e visíveis. São tarefas da equipe gestora (OÁSIS) neste período:
- Realizar palestras com os alunos do Ozildes e manter aceso o interesse no Projeto
- Concretizar os questionários, fichas de inscrição e demais documentos necessários aos registros burocráticos do Projeto.
- Organizar a grade das oportunidades educativas
- Conseguir gerar apoios e patrocínios necessários às atividades
- Produzir o site do Projeto/Oásis
- Desenvolver, estreitar e aprimorar o relacionamento com os professores e alunos do Ozildes.
- Planejar as Próximas 6 aulas
-Criar a Grade de oportunidades para o restante do Ano.
Tivemos alguns depoimentos relatando o porquê da frequência de alguns alunos: nos foi relatado do interesse no aprendizado e na sensação de espaço ganho, o estar à vontade.
Notamos, também, a frequência de crianças menores de 07 anos, com bastante assiduidade. e a constante ampliação do numero delas, da qualidade dos trabalhos.
Agradecemos o lanche delicioso oferecido a todos pela escola Ozildes através da Oficina de Pães dada pela Prof Mariza.
Na prática dos pequenos, a artezã Gabriela Cavalcanti trabalhou a PAZ através de contos sobre Sidartha Gauthama e a pintura e a participação no painel cerâmico.
Uma questão que nos fica: se durante este período conseguimos realizar tanto sem apoio financeiro, fica aqui a questão de quantos jovens a mais poderíamos atingir e propiciar esta chance. Um chamado de participação aqui aos empresários e apoiadores.

Tuesday, April 04, 2006

Discutir a PAZ através dos sentidos e do verbo


Relatório de 1º de abril de 2006


Na nossa quinta oportunidade educativa do laboratório ananminese, tivemos a entrada explicita no assunto conteúdo deste projeto: a Paz.
Utilizando, informalmente, técnicas do mestre Paulo Freire, abordamos temas sobre PAZ, falando dos 6 sentidos, lembramos como eles são, há um só tempo, canal de percepção e de expressão, e de como é possível ampliar seu alcance, à partir de uma contestação de uma das jovens, tivemos chance de falar sobre os feitos de Gandhi como advogado e grande libertador da Índia e sua luta pacífica contra o colonialismo e de como esta luta evoluiu o mundo todo, influindo nos direitos do homem, das nações, etc. Isso nos deu oportunidade de falar sobre o poder e a resistência ao poder.
Depois, na prática corporal, trabalhamos o aprendizado da palestra no corpo. Trabalhamos a harmonização dos poderes pessoais em três exercícios de relacionamento:
1- Em roda, formavam pares que procuravam manter o olho no olho e perceber através dos movimentos decorrentes da união dos dedos indicadores de ambas as mãos direitas confrontados.
A aluna Tereza, que desde o começo participou ativamente, foi fundamental para a demonstração deste conceito.
2- Num segundo momento, Malou Gualberto Cavalcanti, parceira criadora, do conceito junto a Mestre Odilon, e coordenadora do Projeto, pediu a concentração da percepção de como é importante descobrir que nesta brincadeira dá para perceber perfeitamente as vontades de um e de outro em ação e que o domínio pode ser aceito ou não, mas que sempre pode e deve ser negociado como um comando tácito, onde ambos podem conduzir e serem conduzidos e que o caminho do consenso pode ser procurado e alcançado.
3-Numa terceira etapa, agora em trincas e por três vezes consecutivas, de maneira a todos terem a oportunidade de experimentar cada posição da vivência, ser monitorado de olhos fechados através de pequenos toques nos ombros ‘a medida que a pessoa do meio oscila para frente e para trás. À medida da confiança nas pessoas, umas nas outras, percebe-se a maior ou menor entrega.
A compreenção de que à medida da confiança é que se constrói a entrega, marcou o exercício.
Depois, fomos para a continuação da Oficina, com a pintura do painel. Desta vez com os retratos do outro, do colega, em contraponto à aula anterior que foi centrada na auto percepção e no auto retrato.
Agora trabalhamos a percepção um do outro. Resultados surpreendentes: mais uma etapa conquistada pelo grupo com sucesso absoluto. As fotos falam por si.
Novidades: A idéia da auto sustentabilidade está se aproximando:a Prof Elda Alves, participante ativa deste Projeto que já está entre nós como assídua companheira de equipe, trouxe os primeiros moldes de um produto em cerâmica que ela criou, que pode ser utilizado pelo Projeto para confecção e modelagem além de excelente suporte para pintura. São vasos de plantas engenhosamente criados com sistema anti-dengue. A água não fica exposta. Parabéns professora.
Aviso: estamos criando um site para que, paralelamente, a professora possa divulgar seus trabalhos de design. Convidamos também nosso amigo e colaborador, o designer Rodrigo Bueno à participar conosco desta nova empreitada, também criando moldes de outros trabalhos, que com certeza será de grande apoio para o projeto.
Parabéns Elda e parabéns a todos nós que estamos nos unindo nesta estrada de Paz.
Na nossa busca de patrocinadores e apoios, precisamos do material para os moldes (gesso, argila, lixas), equipamento de confecção e podemos já ir pensando na construção do forno.